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Os Ossos do Arco-Íris

Confesso que quando me aproximei da banca da Saída de Emergência na Feira do Livro, ia à procura ou duma leitura mais cor-de-rosa (numa onda Nora Roberts), ou então de continuar um bom épico (e o mais provável é os "estilos" a que me refiro serem completamente ao lado, mas é a minha maneira de nomear e rotular livros) Das Crónicas de Gelo e Fogo do George R.R. Martin. Cheguei a considerar algo mais na linha dos lobisomens (com a série Mercy Thompson da escritora Patricia Briggs e dos quais AMO as capas com ilustrações do Dan Santos) ou algo na linha da Anne Bishop (eu queria jurar que era high-fantasy, mas palavra de honra, que é daqueles livros que tenho alguma dificuldade em por um rótulo).
Na verdade acabei por não trazer nada do género. Existe um outro género que a editora também edita (perdoem-me a redundância) que está mais virado para o horror (sem ser thriller).
Já ando a namorar à um ano Os Melhores Contos de H. P. Lovecraft, tenho uma curiosidade para lá de mórbida sobre a escrita do Lovecraft, mas também não fui isto que trouxe.
O livro de que falo chamou-me inicialmente à atenção pela capa. Felizmente este livro tinha uma espécie de sinopse na contracapa, porque eu depois de me deixar encantar ou por uma capa ou por um título, viro sempre o livro para ler o que está na contracapa. E irrita-me tanto virar o livro e não estar lá nada! Ou então o que está ser sobre o autor, os prémios e nada sobre a obra em si que tenho nas mãos.
O que li na contracapa deste livro fez-me logo ficar alerta, eh lá, eu acho que vou gostar disto!
"Uma vila assombrada por um misterioso visitante, vestido de negro, que traz consigo matilhas de cães. Uma alma prisioneira num corpo imprevisto que se transforma em algo que não deveria existir. Uma criatura fantástica que descobre a sua identidade com a ajuda de um inabilitado.Associando fantasia, realismo mágico e horror, David Soares convida-nos para uma viagem que não voltaremos a esquecer. "
Na verdade só li o título quando cheguei a casa e olhei novamente para os livros que tinha comprado.O livro chama-se "Os Ossos do Arco-Íris".



É um livro com três histórias/contos independentes, mas cada um com uma carga de realismo misturado com fantasia que é desarmante.
Só no primeiro capítulo do primeiro conto é logo apresentada uma mitologia que vai ditar o resto do conto. Os contos não se repetem nem no género nem na génese.
Foi uma surpresa para lá do agradável!
Cara-em-Obras, Hinos a um ser superior e Os Ossos do Arco-Íris. Não consigo dizer qual delas gostei mais, porque todas tem pormenores que me fizeram vibrar.
A "partida" da Usina dos Limoeiros, uma terra que é apresentada de forma tão verídica no último conto e afinal não existe. Bem caí nessa e ainda fui procurar por essa vila ali no concelho de Loures.
Gostei tanto do livro que já ando a estudar o mercado (mas essencialmente a carteira) para ver se vem morar comigo mais algum livro do David Soares. Estou especialmente de olho na Lisboa Triunfante e num livro que foi lançado hoje, na Feira do Livro, que se chama Compêndio de Segredos Sombrios e Factos Arrepiantes.

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