A vida é feita de altos e baixos, dito assim é apenas mais uma verdade banal, não passa disso. Julgo que durante anos a minha vida foi uma espécie de limbo, onde os baixos eram banais (à luz de hoje), consequentemente os altos também. Esta incapacidade para diferenciar os momentos altos dos baixos também poderão estar correlacionados com o facto de por vezes ser demasiado exigente comigo e com a vida.
Mas devaneio. Neste momento estou numa situação em que me encontro dividida, se por um lado estou a fazer coisas de que gosto e com as quais me sinto realizada, por outro a saúde das pessoas que me estão mais próximas encontra-se na corda bamba.
E é tão fácil esquecermos a idade dos outros, acharmos, acreditarmos até (tal qual uma criança) que eles são invencíveis, que o tempo não os gasta, que não vacilam, que não tem dúvidas e medos. Quando menos esperamos levamos uma bofetada da realidade e descobrimos que os nossos pilares são pessoas (como nós), que vacilam (como nós), que sentem (como nós), que choram (como nós), e que precisam de nós (tal como precisamos deles).
Com o crescer aprende-se a ver a família com outros olhos, por vezes com espanto, outras com estranheza. Mas dou me conta que o custa mais a descobrir é que eles são frágeis, que erram e que envelhecem; e o que a idade lhes trás, nem sempre é fácil de aceitar.
Tenho estado um pouco fora daqui (sendo este aqui o blog, a internet, o que costumo fazer normalmente). Entrei em modo de (quase) clausura em que tenho estado de volta da minha avó.
Pelo meio disto tudo, e para manter alguma sanidade mental, tenho pintado e recuperado alguns desenhos antigos (e outros novos) - que poderão ver no Scribbling Drafts. Pouco mais tenho feito... e sei que isto não pode arrastar-se desta maneira para sempre (de momento não vejo outras soluções).
Mas cada coisa a seu tempo e um dia de cada vez....
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